sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Aferrolhar


af...
que
olhar
não consigo
parar
de olhar

Ao exagerar

ao exagerar
estou a
gerar
os límites
do não-poder.

Faça o feixe

faça o feixe
deixe
a ilhota
idiota.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Klaxon - Mensário de Arte Moderna

O que dizer de uma revista onde passaram as mãos de Oswald, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Manuel Bandeira, Sérgio Buarque...
Genial!

É uma arte que não queria ser mero retrato da realidade.
A subversão do real.
A imaginação do novo.
Os que dizem que é uma arte incompreensível para o povo,
simplesmente é porque pensa que o povo não consegue pensar.
Viva a arte moderna.
Mesmo que seja do início do século passado...

Gênero: Curta / Documentário
Diretor: Sérgio Santeiro
Duração: 18 minutos
Ano de Lançamento: 1972

Sinópse:
O documentário volta suas lentes para a "Klaxon", primeira revista assinada pelo Movimento Modernista brasileiro. No roteiro do curta-metragem, o padrão gráfico da publicação, as capas inventivas e o panfletário editorial, que resume a proposta experimentalista da vanguarda artística da época.

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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Hasta la vista, baby.

Se fosse escrever sobre os diálogos que considero interessantes na história do cinema, seria diversão pura E, devo confessar, que mesmo não querendo monopolizar, Quentin Tarantino estaria presente em várias citações.

Vamos às frases. Tem frases curtas que dizem tudo e, se quiserem colocar mais palavras para aumentar, estraga. Perde o efeito e a beleza. Tem as longas e entendíveis, porém tem as longas que parecem um festival de palavras estranhas e bizarras, mas que mesmo não entendendo o significado, a gente gosta!

Tem a breve frase dita em 1986, quando eu ainda era uma recém-nascida moribunda, proferida pelo personagem de Sylvester Stallone, no filme Stallone Cobra: “Você é um cocô e eu vou matar você!”. Olha que precisão! Na verdade a frase original é: “Você é um imaturo, você é um cocô e eu vou matar você!”. Mas do imaturo nem precisava... Quem é que quer saber de imaturidade quando se é chamado de cocô. Eu não lembro, mas dizem por aí que no mesmo filme ele disse: “Com louco eu não negocio, eu mato”. É por isso que eu friso que frases como essas são perfeitas desse jeito: sucintas e diretas.

Continuando nas curtas, porém de impacto imediato, tem aquela que fez parte da infância e dá uma saudade do diabo: “Oi, eu sou o Chucky, quer brincar?”. Morria de medo! Chucky, seu canastrão, não conseguia dormir direito por sua causa. Uma inesquecível, também, de qualquer infância que se preze é aquela da garotinha loira e sem rodeios: “Meninos têm pênis e meninas têm vagina”. Era uma alegria só quando passava “Um tira no jardim de infância” na Sessão da Tarde.

Tem as fofas e ingênuas, também. Forrest Gump é perito nessas, como aquela assim “Minha mãe sempre diz: a vida é como uma caixa de chocolate. Você nunca sabe o que vai encontrar”. Ou: “Minha mãe sempre diz: idiota é aquele que faz idiotices”.

Tem aquelas frases que precisam ser lidas aqui em inglês, senão não tem graça alguma. Devido à dificuldade, uma caixa inteira de Ferrero Rocher para quem decifrar de qual filme faz parte essas duas frases: “Why so serious?” e “Let’s put a smile on that face”. Difícil, não?

Frases desesperadoramente tristes, como a do Homem Elefante: “Eu não sou um animal! Eu sou um ser humano!”. Só de pensar nesse filme, dá uma vontade tremenda de chorar. Derramei algumas lágrimas com o John Merrick, coitado... Tenho uma afeição por esse personagem, que chega a ser comovente.

Tem aquela frase que desperta, em todos nós, um sentimento de cumplicidade. Praticamente todo mundo já ouviu, falou ou pelo menos pensou: “Cara, cadê meu carro?” (título de um filme). Pode ter sido por amnésia ou, o que é mais provável, embriaguez.

As de humor, então! Tem algumas ótimas, como a do filme Noivo Neurótica, Noiva Nervosa, do Woody Allen: “Não fale mal de masturbação! É fazer sexo com uma pessoa que amo!”. Poderia citar frases do Monty Python, como: “Há alguma mulher aqui hoje?”. Monty Python tem um humor inigualável e inquestionável, na minha opinião.

Como isso aqui está extenso demais, vou fechar com Quentin Tarantino. Depois de Ellen dizer que matou Pai Mei, para Beatrix Kiddo, esta diz: “Sua vaca, você não tem futuro”. Puro ódio. Ninguém mata o Pai Mei e sai impune, minha cara. Tem a frase refletiva do Budd: “Essa mulher merece se vingar. E nós merecemos morrer. Mas, por outro, ela também merece”. E tem aquela dita pela personagem da Lucy Liu: “Era mesmo uma Hattori Hanzo”. Arrepiei.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Holmes. Sherlock Holmes.

Devido ao meu fascínio pelo mundo detetivesco (sim, a palavra existe), poderia aqui fazer comentários sobre os detetives populares literários que fizeram parte da minha infância, adolescência e, espero, velhice, como o belga baixinho, careca e bigodudo, Hercule Poirot, a velhinha esperta Miss Marple (ambos da Agatha Christie), o francês e precursor Auguste Dupin (do Edgar Allan Poe), entre outros.

Porém, dedicarei o espaço a um dos mais geniais detetives já criado: Sherlock Holmes. Para quem não o conhece, segue algumas informações básicas: Sherlock Holmes não gosta de campo e nem de praia. Age sempre com a razão e nunca, nunca!, com a emoção. Não gosta de esportes, mas como toda regra tem exceção, tem grande conhecimento em esgrima e boxe.

Combina lógica dedutiva com métodos científicos, sendo um grandessíssimo observador. Morou, durante um período, com Watson. Doutor Watson, que é seu parceiro nos mistérios e casos policiais a serem solucionados. Holmes é capaz de olhar para você durante alguns minutos e dizer sua profissão ou o que fez durante o dia. Isso quando você deixar pequenos vestígios, ou seja, sempre.

Para quem quiser começar a ler as obras de Sir Arthur Conan Doyle, comece por “Um estudo em vermelho”, onde Holmes apareceu pela primeira vez em 1887. O personagem é fictício, porém muitos acreditaram que o detetive realmente existiu, vivendo na Rua Baker Street, como nos livros. Cartas, muitas cartas, foram enviadas, por fãs, ao endereço, e acredito que ainda o são.

Sherlock Holmes é um dos personagens literários que mais estudos tiveram na história. Estudos, referências em palavras cruzadas, adaptações, representações teatrais, e por aí vai.

Certa vez, Holmes foi visitar seu médico e parceiro Watson e, depois de dois minutinhos de prosa, disse:

- Percebo que você não esteve bem de saúde, recentemente. Esses resfriados de verão são um problema!

- Realmente, fiquei confinado em casa por três dias, na semana passada, devido a um forte resfriado. Pensei que minha aparência já estava totalmente recuperada.

- Está mesmo. Você parece estar muito bem, diz Sherlock.

- Então como sabe?

- Meu caro amigo, já conhece meus métodos.

- Deduziu, então?

- Claro que sim.

- Como?

- Observando seus chinelos.

Ahá! Chinelos, gente. Sherlock Holmes deduziu que o amigo estivera doente devido à avaliação minuciosa que fez dos seus chinelos. Eis a explicação do detetive:

“Seus chinelos são novos. Você não os tem há mais do que algumas semanas. O solado, que nesse momento está virado para mim, apresenta-se levemente queimado. Por um minuto pensei que eles se molharam e foram queimados ao serem postos para secar. No entanto, do lado interno há um pedacinho de papel com a marca da loja onde comprou. A umidade teria removido essa etiqueta. Portanto, você ficou alguns dias com os pés estendidos para a lareira, o que ninguém faria, num mês quente como junho, se estivesse com a saúde perfeita”.

Elementar, meus caros leitores. Como é que não deduziram isso antes? Por essa razão, e outras inúmeras, é que Sherlock Holmes humilha o cabeção.


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

J. L. Godard

Passion (1982)



Eu estava apressadamente nascendo quando Godard estava, provavelmente, com muita tranquilidade fazendo mais uma obra de arte.
O primeiro filme do blog é em homenagem ao cara que me vez ver (ou sentir) que Hollywood estava com nada. A moda na minha cabeça é Godard.
Na verdade não foi esse o filme, mas após uma dupla sessão de Acossado e Deus e o Diabo na Terra do Sol não pude sair ileso. Descobri o CINEMA.

Sinopse:
Cineasta polonês Jerzy tenta fazer um filme baseado em alguns quadros famosos. Enquanto filma, inicia uma relação amorosa com Isabelle que acaba de ser demitida da fábrica de Michel que mantém outro relacionamento amoroso, com a dona do hotel onde a equipe de filmagem está hospedada. Passion, não é um filme de história, é um filme de sensações, de sentimentos, de imagens, de vibrações.
Godard conseguiu misturar casos de amor, a desigual relação patrão-empregado, o famoso sindicato polonês Solidariedade, a arte da pintura de Delacroix e Rembrandt. E ainda o mundo cinematográfico, a arte de filmar, de buscar a luz perfeita. Misturar amor, pintura, e ainda discutir política de forma tão crítica e contundente, é algo que só Godard poderia fazer.



Próxima vez não serei professor de História, mas de sensações, de sentimentos, de imagens, de vibrações.

Apreciem, mas sem moderações:
parte1 parte2

PS: legendas estão inclusa no vídeo.